domingo, 15 de agosto de 2010

Imensidão vazia, azul.

Era domingo. Uma tarde preguiçosa arrastava-se em meio a um "mar de banzo". No alpendre da casa, ía no mesmo embalo, embalado por uma rede velha e pelo ranger preguiçoso dos armadores. Espiava por sob a calha, nuvens brancas - flocos de algodão “Johnson & Johnson”. E íam espaçando-se ao sabor dos ventos pela imensidão vazia, azul.


É, já faz algum tempo que estes flocos impressionavam-me o toque por sua leveza e brancura. Tempo ido cuja infância nos tornava em seres fantásticos, capazes de ver coelhos correndo pelo céu e maçãs que insistiam em não cair - Newton, nem o haviam inventado! Surpreendeu-me a lembrança ao trazer-me à consciência a facilidade com que, então, víamos vida em tudo! Em todos os lugares, sem qualquer pudor, ela vicejava. Até para o vazio haviam substantivos!

"[...] se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus."
Mt. 18:3

Pena que hoje, para muitos de nós, homens e mulheres "adultos e informados", este tempo seja apenas um passado fantasioso e superado.

Não, as nuvens não são apenas vapores d'água condensados. Eu já as vi e toquei! E fiquem certos, não estou com a razão.

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